Você notou… Deus é alegria, uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma grande caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança.
As crianças não têm pecado, são inocentes, são puros. Você já foi criança, lembra desse tempo…não havia malicia, nem medo. Porque perdemos essa graça de pureza e inocência. Somos exortados na Palavra de Jesus que devemos nos tornar puros como uma criança, para entrarmos no Reino dos céus. Nós adultos somos pecadores e destituídos estamos da glória de Deus. Todos nós pecamos, herdamos de Adão e Eva o pecado, por isso devemos ter o cuiado de não pecar e, nos tornarmos crianças de novo, porque aí está o Reino dos céus. Vinde a mim as criancinhas, disse Jesus, porque Ele sabia que eram puras e inocentes. As crianças podem ser referências de simplicidade para os adultos, que é o nível de intimidade da relação que estes pequenos seres mantêm com a natureza e com as coisas simples da vida.
Alguém já conheceu alguma criança que fosse orgulhosa ou que possuísse como características de personalidade a vaidade ou a presunção tão típica do adulto? Normalmente, as crianças necessitam de muito pouco para se sentirem felizes. Uma bola para que possam jogar, uma área verde para que possam correr e subir nas árvores, ou uma beira de praia onde consigam brincar na água ou na areia, para elas tudo isso é o máximo É através das brincadeiras e dos jogos que elas interagem consigo mesmas e com o mundo à sua volta, adquirindo a consciência individual e coletiva do significado social, ou seja, da vida em sociedade. É na receptiva e humilde postura da criança que o adulto tem condições de transmitir seus valores delineando o perfil de educação que lhe convém. É nesta fase que o futuro adulto se encontra disponível aos responsáveis pelo seu processo educativo. Sendo assim, a infância nos mostra e nos dá o exemplo de que a simplicidade e a naturalidade são ferramentas indispensáveis no exercício do crescimento como pessoa integralmente saudável.
Nós, adultos, precisamos fazer despertar essa criança saudável que adormece em nosso interior. Resgatarmos a simplicidade que ela representou em nossas vidas e que ainda pode vir a representar, contribuindo para que possamos associar esta experiência adquirida na infância às da vida adulta. Quando Jesus disse: “Vinde a mim as criancinhas porque delas será o reino dos céus!”, queria dizer que, para evoluirmos espiritualmente e ascendermos outros níveis, temos que, necessariamente, reencontrar em parte o que fomos um dia, isto é, a pureza, a originalidade e a simplicidade de ser criança. A fórmula da simplicidade, no entanto, não se encontra em obras religiosas ou de autoajuda; é uma condição em que o espírito do adulto, depois de muita luta interna consigo mesmo, desperta das armadilhas da matéria e ingressa, ao assumir a sua verdadeira identidade, em uma nova fase de crescimento pessoal e de evolução espiritual. Ser humilde ou simples não é sinônimo de baixar a cabeça, nem de ser humilhado ou injustamente avaliado, julgado e deixar por isso mesmo.
Temos amor próprio e só não o tem quem se deixa humilhar sem reagir conscientemente. Humildade não é subserviência. O humilde examina e pondera o orgulhoso porque um dia também o foi; o arrogante, porém, como ainda não conquistou a humildade, não sabe apreciar e valorizar a simplicidade. Humildade é um atributo do espírito que aprendeu a silenciar a mente através de uma seleção de padrões de pensamentos adequados. O grande desafio do homem, no campo do desenvolvimento da espiritualidade, é saber discernir entre cultivar a humildade, dando importância ao Eu verdadeiro e, ao mesmo tempo, não se deixar subjugar pela arrogância e prepotência – a soberba usa disfarces – sem reagir e defender seus direitos ou os direitos do coletivo humano a que pertence. Ser humilde, portanto, é ter consciência que nada sabe e estar atento e sintonizado à fonte da inteligência universal, que só se deixa penetrar por aqueles que, a exemplo de uma criança, tem simplicidade no coração.
Fonte: Comunidade Anuncia-me